terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tecnologia fagocitária.

É gritante. Os jovens estão cada vez mais mergulhados no mundo aparentemente fácil e definitivamente caro das bugingangas eletrônicas. Um mergulho tão profundo que parece não ter retorno a superfície. De um lado, enquanto se tornam mais dependentes de seus Ipods, celulares e outros milhões de aparelhos, do outro milionários como Steve Jobs (Apple) e Bill Gates (Microsoft) engordam suas fortunas e agradecem aos queridos jovens contribuintes e viciados. Pois, sim, a tecnologia se tornou uma droga.

Sim, você já deve estar pensando "Ué, mas isso é culpa da globalização!". Concordo, claro. Globalização ao alcance de todos. O mercado tecnológico é um dos que mais crescem no mundo porque as pessoas compram mesmo qualquer coisa. Repito: qualquer coisa. Um exemplo evidente: canal Polishop. Pode ter certeza que mais da metade de tudo que ali é exibido não condiz com nenhuma verdadeira necessidade. A pessoa compra porque... gosta de gastar dinheiro mesmo. Nos jovens, isso acaba virando um tsunami incontrolável  porque eles são os principais alvos desse mercado. Porém, ainda que você me convença com esse papo de globalização, vou continuar espantado com a nossa realidade. Aonde estudo, por exemplo, a maioria está sempre conectada a algum aparelho eletrônico - dentre eles, o celular é o campeão - e, simplesmente, não conseguem se desgrudar deles. É praticamente uma questão de vida ou morte. Pessoas passam mal se ficarem um dia sem seu filhotinho eletrônico. Eu penso que futuramente ninguém mais precisará ter filhos, basta ir ao shopping e comprar o seu, personalizado e na cor que você preferir. Que tal? É, eu sei que é um absurdo. Gosto de ir longe demais nos assuntos que me intrigam.

Pior: se isso acontece frequentemente entre os jovens, com as crianças, então. Meu primo de 9 anos já tecla na mesma velocidade que eu, tem orkut, e-mail, msn, ouve musicas no Ipod do irmão, não vive sem o Playstation tão pouco sem o seu Nintendo DSi. E mais, dá um banho de tecnologia em cima de mim que me sinto, literalmente, um idiota. Esta é uma geração que já nasceu embebida na tecnologia e a tendência é só aumentar. Serão jovens muito mais dependentes dos atuais e, infelizmente, mais vulneráveis. Eu, com 9 anos, não era metade disso. É, os tempos são outros. Prefiro não pensar como virão as próximas gerações. Talvez já no chá de bebê do meu filho, eu inclua na lista um protótipo de video game já da geração seguinte. Espero fazer amizade com algum maluco da Sony.

Por fim, a realidade é nua e crua: cada um no seu quadrado, como diz o funk. Uma realidade muito pouco edificante. Um se refugia num canto ouvindo Lady Gaga e com medo de ser descoberto, outro anda pra lá e pra cá falando com a namorada que viu no dia anterior ao telefone e dizendo que está morrendo de saudades, outro twitta  (sim, se você não sabia já virou um verbo) a cada dois segundos no meio da aula. Todos juntos e muito distantes ao mesmo tempo. Não se preza mais pelo contato direto entre as pessoas, pelo abraço, pelo "jogar conversa fora", pelo discutir frente a frente, nem mesmo pelo "bom dia!" Ninguém mais sabe o que é isso. As relações em sociedade diminuem bruscamente e se tornam cada vez mais pífias. Até o sexo virou coisa virtual. Transar pela rede está crescendo tanto que... Ah, quer saber? Isso até me desestimula a escrever mais. Não acredito que consiguiram chegar a tanto. Não mesmo. O mundo está, realmente, de pernas para o ar. Jovens, continuem sendo fagocitados, em todos os sentidos, pela tecnologia!

Obs: Assunto sugerido por um grande amigo, Ramon. Obrigado!

V.B.

3 comentários:

  1. interessante esse texto não entendi muita coisa mais tudo bem =)

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  2. Essa mesma tecnologia, permite que tenhamos blogs. Que escrevemos, tendo a certeza de que alguém vai ler. Antigamente, publicar um livro era para poucos.
    Antigamente os jovens queriam tênis, bonés e mochilas de marca.
    Quando temos nossas necessidades básicas supridas outras necessidade surgem. Alguns chamam de futilidade. Eu prefiro o termo "consumismo desenfreado".
    Parabéns pelo blog!

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  3. Parabéns mlk, mt bom o texto. Gostei da abordagem, mas só achei meio confuso a conclusão, porém deu pra entender a ideia principal! estamos juntos! :D

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