domingo, 27 de março de 2011

Adeus, Escher!


A hora do adeus é sempre triste. Neste domingo, o Centro Cultural Banco do Brasil fecha aquela portinha secreta dos filmes infantis que leva a um certo mundo mágico e desconhecido. Este mundo foi o de Escher.

Uma exposição impecavelmente produzida e que despertou não só em mim, mas em muitos que por ali passaram interpretações do mundo que jamais alcancei. Escher conseguiu, felizmente, fazer com que crianças se tornassem mais crianças e que jovens, adultos e idosos revivessem essa fase tão gostosa. A sua arte de brincar com o que aparentemente não existe, o ilusório, o "faz-de-conta" tirou sorrisos miúdos dos mais descrentes do que viam e gerou ainda mais perguntas sobre o que destoa o real do irreal.

Apesar de já ter escutado muito seu nome e conhecido poucas de suas obras, confesso que apenas soube quem Escher realmente é através desta exposição. Tive a oportunidade de comparecer ao CCBB duas vezes e por duas vezes saí de lá completamente alucinado. Escher conseguiu quebrar cristais de pensamento sobre a realidade, transformou mentes conservadoras e ,principalmente, provou que o mundo não deve ser interpretado só por um ponto de vista, mas vários deles. Além disso, o mundo mágico de Escher ensinou aos mais avessos que é preciso, sim, conceber e respeitar novas perspectivas e interpretações não só daquilo que nitidamente se vê como daquilo que misteriosamente não se vê.

Escher chegou no Rio para chocar. Mostrou brilhantemente que o impossível pode ser atingido tão mais que o possível. E chocou. Agora ele se despede com uma lembrança permanente em nós, e eu com uma indagação genial criada por um colega meu de faculdade (Pablo): "Como eu vivi 17 anos da minha vida sem Escher?"
É. Adeus, Escher. Volte sempre!

domingo, 13 de março de 2011

Todo recomeço é uma surpresa. Não é fácil. É bom, revigora, mas não é fácil. Da última vez que estive por aqui até hoje, alguns meses preenchem a distância. Hoje, resolvi tirar a poeira.

Um mundo de ideais passa pela minha cabeça neste momento, mas uma em especial me fez realmente estar aqui, agora. Hoje, acordei já pensando no amanhã. Resolvi ficar em casa, não fui para o Monobloco e não me arrependo por isso depois que vi as fotos no g1.com. Pensei em arrumar o meu quarto, nada. Ele continua lá, bagunçado. Hoje apenas pensei. Pensei em como será, em como não será. Pensei no que fazer, no que não fazer. Dormi de tarde, acordei com raiva pois sei que não vou conseguir dormir mais tarde. Hoje a noite será difícil. No final das contas, não estou tranquilo. Amanhã embarco numa nova aventura, num novo começo. Depois de um ano de vestibular turbulento em que o maior desejo foi "chegar lá", saber que dentro de algumas horas você estará, de verdade, lá é algo que emociona e cria ainda mais incertezas.

Expectativas são inevitáveis. Sei que nem todas serão atingidas. Amanhã, às 5h da manhã estarei de pé, firme e forte, pronto para atravessar a Baía e redesenhar minha vida, conhecer pessoas novas, viver experiências novas, crescer, amadurecer, recomeçar. Minha mãe, como toda e qualquer mãe, teme pelos trotes. Eu não. Eu quero viver isso, quero sentir isso. Para que temer? O meu medo é outro. Não sei o que me espera tão pouco o que esperar, afinal, todo recomeço é uma surpresa.