domingo, 28 de novembro de 2010

"Rio, eu gosto de você"

Neste últimos dias, eu e você prestamos muita atenção ao Rio de Janeiro e o mundo conheceu a fundo a parte da cidade sem o "Rio de sol, de céu, de mar" da canção de Tom Jobim. Mesmo quem não é carioca da gema, não conseguiu ignorar os fatos. Separei boa parte do meu tempo para assistir ao que muitos já consideram como "Tropa de Elite 3", uma realidade nada confortante, e confesso que eu que ainda não vi a segunda versão nos cinemas, já não necessito mais o fazer.

Certamente, concordo e apoio as ações que estão acontecendo em prol do "combate ao crime brutal" nesta cidade já saturada, apesar de ainda me assustar com o cenário de guerra montado sob tanques e blindados e ter desconfiado, inicialmente, que todas estas medidas imediatas e classificadas pelo próprio governador do estado do Rio como "de médio a longo prazo" estejam muito mais enraizadas aos 2014 e 2016 que tanto sonhamos e conseguimos, ou seja, mostrar ao mundo que o Rio de Janeiro é a Cidade Maravilhosa . Sinceramente, agora não penso tanto nesta ideia que não é nada absurda e incomum para muitas pessoas. Acredito que existe, sim, um propósito muito maior que uma afirmação a nível global por dentro de todas estas ações policiais e militares nas favelas. Acredito que desta vez, ainda que tardiamente, o Rio de Janeiro está verdadeiramente disposto a sarar a própria ferida e estender suas mãos para os que tanto sofrem com a violência e o tráfico.

Isto não é uma guerra, não é um combate. Não é contra, mas a favor. São ações necessárias calcadas em uma só esperança: garantir o que tanto o asfalto como o morro querem, paz e segurança. Confio no trabalho das tropas, desejo muito sucesso nestas ações e creio, sim, na recuperação de bandidos submissos a uma realidade viciante e degradante. Toda esta movimentação não precisa mostrar ao mundo o que o Rio de Janeiro é. Eu sei que a minha cidade é maravilhosa e não a trocaria por nenhuma outra. Não mesmo.

Se o que estamos vivendo é um Tropa de Elite sem roteiro e efeitos de luz, então que o filme tenha um final feliz para todos. Mesmo com muito sofrimento e perdas, tenho fé de que tudo ficará bem, que as famílias temerosas deitadas no chão de suas casas possam levantar, que o Rio vire esta página e concretize a letra de samba escrita na carta de uma moradora do Complexo do Alemão entregue ontem aos policiais: "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós". É o que realmente queremos!

VB.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Segurança é a chave.

Uma das coisas que venho acumulando em mim é a confiança. Engraçado, percebi que é tão gostoso confiar em si mesmo, e não apenas deixar que o outro confie em você, pois isto, apesar de ser ótimo, pode fazer com que se esqueça do que realmente importa: auto-confiança. Concorde: vivemos numa eterna competição. Somos completamente animais quando a questão é vencer. Hoje, eu acredito muito mais que a minha vitória é, necessariamente, a sua derrota. Eu sou seu adversário. Assim, para ganhar qualquer “parada” não basta apenas querer. Aliás, essa é uma frase que esse ano eu ouvi bastante: "Você só não consegue porque não quer." Entretanto, acredito que não basta dizer "sim, eu quero" e pronto, tudo o que desejo estará na palma da minha mão. Não é por aí. Acredito mesmo é na segurança!

Quem nunca viveu momentos de insegurança, que atire a primeira pedra. Mas não em mim, por favor. Sim, eu, por exemplo, já vivi vários e na maioria deles mais do que insegurança, faltou mesmo confiança. Se você atirou a pedra, não precisa me dizer que caiu no seu próprio pé porque eu já sei. Não tente se burlar. Confiança é algo tão importante na vida de qualquer pessoa que quando você sente que a perdeu por algum instante, de predador você passa a ser presa, e das fáceis. Não se esqueça que vivemos numa disputa em que qualquer deslize pode ser fatal. A esperança, as metas, os ideais, tudo se esvai. Logo, você começa a repetir "Não vou conseguir!" e isto, sim, se torna uma verdade.

"Tô lutando para chegar lá!", "Meu sonho é chegar lá!". Já ouviu alguma dessas frases? Ou melhor, já as disse para si mesmo? Sim, chegar lá não é mesmo uma tarefa fácil. Porém, seja o objetivo que for, não lute tão pouco sonhe sem estar realmente seguro de tudo o que rodeia este sonho ou objetivo. As pessoas estão cada vez mais esquecendo de olhar para si mesmas para entender que o único modo de encontrar o caminho certo que a leve ao ponto exato está dentro delas. Está dentro de mim, e de você. Sei que você, assim como eu, também quer alguma coisa que exige esforço, dedicação e atenção. Uns precisam de muito, outros de nem tanto. Não importa. Independentemente do que se deseja, deseje com segurança. Ela está aí, com certeza, não duvide da sua existência. Confiar em si próprio é pisar em terreno sólido, sem risco de rachaduras ou quedas, e não é tarde, nunca será tarde. Se cair, levante. Se chorar, chore, mas pare. Quando parar, ainda que com os olhos vermelhos e inchados, acredite em você. Mais relevante que qualquer pessoa acreditar na sua potencialidade por mais importante ela que seja, é crer no seu próprio eu.

Isso posto é pra te dizer: neste sábado e domingo ( 6 e 7 de novembro) o ENEM vai bater a minha e a sua porta e, além de caneta esferogáfica de tinta preta e a sua ansiedade para saber o tema da redação, leve consigo confiança, e por fim, tranquilidade. Ainda que todos torçam por você, o seu sucesso só não estará, de fato, comprometido se montar a sua própria torcida, se acreditar em si mesmo, de verdade. Você que sempre atirou pedras, neste final de semana vai tornar-se vidraça. Logo, a solidez desta vidraça vai depender, incondicionalmente, da sua própria segurança. Eu vou chegar lá, e você?

BOA PROVA!


V.B.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tecnologia fagocitária.

É gritante. Os jovens estão cada vez mais mergulhados no mundo aparentemente fácil e definitivamente caro das bugingangas eletrônicas. Um mergulho tão profundo que parece não ter retorno a superfície. De um lado, enquanto se tornam mais dependentes de seus Ipods, celulares e outros milhões de aparelhos, do outro milionários como Steve Jobs (Apple) e Bill Gates (Microsoft) engordam suas fortunas e agradecem aos queridos jovens contribuintes e viciados. Pois, sim, a tecnologia se tornou uma droga.

Sim, você já deve estar pensando "Ué, mas isso é culpa da globalização!". Concordo, claro. Globalização ao alcance de todos. O mercado tecnológico é um dos que mais crescem no mundo porque as pessoas compram mesmo qualquer coisa. Repito: qualquer coisa. Um exemplo evidente: canal Polishop. Pode ter certeza que mais da metade de tudo que ali é exibido não condiz com nenhuma verdadeira necessidade. A pessoa compra porque... gosta de gastar dinheiro mesmo. Nos jovens, isso acaba virando um tsunami incontrolável  porque eles são os principais alvos desse mercado. Porém, ainda que você me convença com esse papo de globalização, vou continuar espantado com a nossa realidade. Aonde estudo, por exemplo, a maioria está sempre conectada a algum aparelho eletrônico - dentre eles, o celular é o campeão - e, simplesmente, não conseguem se desgrudar deles. É praticamente uma questão de vida ou morte. Pessoas passam mal se ficarem um dia sem seu filhotinho eletrônico. Eu penso que futuramente ninguém mais precisará ter filhos, basta ir ao shopping e comprar o seu, personalizado e na cor que você preferir. Que tal? É, eu sei que é um absurdo. Gosto de ir longe demais nos assuntos que me intrigam.

Pior: se isso acontece frequentemente entre os jovens, com as crianças, então. Meu primo de 9 anos já tecla na mesma velocidade que eu, tem orkut, e-mail, msn, ouve musicas no Ipod do irmão, não vive sem o Playstation tão pouco sem o seu Nintendo DSi. E mais, dá um banho de tecnologia em cima de mim que me sinto, literalmente, um idiota. Esta é uma geração que já nasceu embebida na tecnologia e a tendência é só aumentar. Serão jovens muito mais dependentes dos atuais e, infelizmente, mais vulneráveis. Eu, com 9 anos, não era metade disso. É, os tempos são outros. Prefiro não pensar como virão as próximas gerações. Talvez já no chá de bebê do meu filho, eu inclua na lista um protótipo de video game já da geração seguinte. Espero fazer amizade com algum maluco da Sony.

Por fim, a realidade é nua e crua: cada um no seu quadrado, como diz o funk. Uma realidade muito pouco edificante. Um se refugia num canto ouvindo Lady Gaga e com medo de ser descoberto, outro anda pra lá e pra cá falando com a namorada que viu no dia anterior ao telefone e dizendo que está morrendo de saudades, outro twitta  (sim, se você não sabia já virou um verbo) a cada dois segundos no meio da aula. Todos juntos e muito distantes ao mesmo tempo. Não se preza mais pelo contato direto entre as pessoas, pelo abraço, pelo "jogar conversa fora", pelo discutir frente a frente, nem mesmo pelo "bom dia!" Ninguém mais sabe o que é isso. As relações em sociedade diminuem bruscamente e se tornam cada vez mais pífias. Até o sexo virou coisa virtual. Transar pela rede está crescendo tanto que... Ah, quer saber? Isso até me desestimula a escrever mais. Não acredito que consiguiram chegar a tanto. Não mesmo. O mundo está, realmente, de pernas para o ar. Jovens, continuem sendo fagocitados, em todos os sentidos, pela tecnologia!

Obs: Assunto sugerido por um grande amigo, Ramon. Obrigado!

V.B.